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"O que ser uma aeromoça me ensinou sobre o tráfico de pessoas", por Heather Poole

Algum tempo atás, a bordo de um vôo de Los Angeles para Nova York, um grupo de jovens meninas usavam nada além de calças jeans e camisetas - em pleno inverno. Elas não falavam inglês, nem conversaram umas com as outras durante todo o vôo. Lembro-me de pensar que era estranho, mas não sabia o que fazer com relação a isso.


Minha mãe, uma comissária de bordo aposentada, conta que, certa vez, um homem viaja com uma adolescente - eles não pareciam ser parentes ou amigos. "Quando perguntei à menina o que ela gostaria de beber, ele respondeu por ela", disse minha mãe. "Eu achei estranho, já que eles não falavam um com o outro. Se eu soubesse mais sobre o tráfico humano, eu poderia ter iniciado uma conversa com eles para sentir a situação, mas naquela época não sabíamos nada sobre isso".


Naquela época, tráfico de seres humanos nunca passou pela nossa mente. Mas isso mudou.

Há alguns anos, minha companhia aérea começou a nos treinar para detectar sinais indicadores de tráfico humano no avião. O passageiro pode falar por si, ou alguém que está com ele controla o que ele diz? O passageiro evita contato visual? Eles parecem estar com medo, ansiosos, tensos, depressivos, nervosos, submissos? Eles estão vestidos de modo inapropriado ou possuem pouquíssimos pertences - mesmo em um longo voo? O passageiro pode mover-se independentemente ou é acompanhado por alguém que parece controlá-lo a todo momento?


Meus colegas e eu aprendemos isso por causa de uma comissária de bordo da American Airlines chamada Sandra Fiorini, que testemunhou perante o Congresso sobre o que tinha visto em um de seus vôos e sobre como ela não sabia o que fazer com relação ao ocorrido. Quando ela viu um rapaz de 18 anos de idade, em um vôo de seis horas, carregando um recém-nascido - com o seu cordão umbilical ainda ligado - com uma única garrafa de leite e duas fraldas no bolso do casaco, ela tentou relatar a situação, mas não conseguiu encontrar alguém que pudesse ajudar. Foi quando ela percebeu que algo precisava ser feito.


Fiorini juntou forças com Deborah Sigmund, fundadora de uma organização sem fins lucrativos que luta contra a exploração infantil e o tráfico de seres humanos, para educar funcionários de companhias aéreas e criar uma hotline para o tráfico de pessoas. Os funcionários de companhias aéreas são a primeira linha de defesa para proteger as inúmeras crianças que são traficadas a cada dia em grandes vôos.


O Departamento de Estado americano estima que 2 milhões de mulheres e crianças são vítimas do tráfico de pessoas todos os anos. Há mais escravos hoje do que em qualquer outro momento na história da humanidade: o tráfico de pessoas é um dos crimes que mais crescem no mundo, perdendo apenas para o tráfico de drogas. É um negócio que gera cerca de U$ 150 bilhões por ano.


"Graças à uma comissária de bordo, hoje temos uma hotline para tráfico humano. 1-888-373-7888. Confira @InnocentsatRisk"

Mesmo sendo treinada sobre o que identificar nas aeronaves, eu nunca pensei sobre o que acontece com essas pessoas em terra firme - para mim, acabava quando os passageiros saíam do avião, porque eu não pensava que tinha ido a lugares onde essas coisas acontecidam, eu não achava que vivia em um local onde as pessoas vendiam as outras. Mas, como se vê, eu estava errada. Isso acontece em todos os lugares.

Fonte: http://mashable.com/2016/01/12/how-to-spot-human-trafficking/#.fmoWv8IuGq9

Saiba mais sobre o assunto

Clique aqui para conhecer a história de alguns dos pescadores resgatados! 

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