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Crianças refugiadas sírias viram vítimas do trabalho infantil na Turquia

Muitas crianças que fugiram da guerra na Síria e seguiram para a Turquia acabaram como vítimas do trabalho infantil. A constatação foi feita pela agência de notícias Reuters, que flagrou inúmeros casos de menores trabalhando em confecções em cidades do país. São crianças e adolescentes que trabalham mais de 15 horas por dia, seis dias por semana, ainda que a legislação turca proíba o trabalho de jovens com menos de 15 anos.


A reportagem da agência conseguiu conversar com 17 crianças sírias em três cidades turcas que trabalhavam na confecção de roupas e sapatos, quatro deles com mais de 15 anos. Outras dezenas de crianças foram flagradas pela reportagem, mas não quiseram conversar. Uma destas crianças é Muna Awwal, de 9 anos. Ela quer voltar a frequentar a escola, mas apenas trabalha em Istambul, a maior cidade turca. Muna e sua família chegou ao país em 2013. Ela ajuda o país e o irmão de 13 anos, Muhamed, a costurar peças de roupas simples, vestidos e camisetas, no porão da casa em que vivem, para fornecer material a confecções.

A família deixou Aleppo em maio de 2013. O sustento de todos provém do trabalho do chefe da família, Mahmud, e de três dos seus cinco filhos. "Não é normal colocar minhas crianças para trabalhar --para mim ou para qualquer outra pessoa", disse Mahmud. "Não é o ideal, mas não temos outra opção. Isso é muito comum na Turquia", afirmou.


Mahmud, pai de Muna, diz que tentou matricular os filhos na escola, mas não conseguiu por não ter um comprovante de endereço. O negócio da família não é legalizado. Muna ajuda carregando os tecidos, enquanto Muhamed opera as máquinas de costura. Ambos trabalham 11 horas por dia, e não ganham qualquer tipo de remuneração do pai.


O filho mais velho, Mustafa, 15, trabalha com um curdo, e seu salário paga o aluguel da família na residência.

Segundo a agência, é impossível estimar quantas crianças são vítimas do trabalho infantil no país. Das cerca de 125 famílias sírias acompanhadas pelo programa da ONG Support to Life, pelo menos uma em cada quatro tem crianças que não frequentam a escola e trabalham, já que a família depende da remuneração deste menor para sobreviver. Metade das crianças atua na indústria têxtil.


Historicamente, o trabalho infantil é um grande problema na Turquia. Dados de 2012 (o último ano em que existem números disponíveis) estimam que um milhão de crianças entre 6 e 17 anos trabalhem, a maior parte na indústria têxtil ou de calçados.


Crianças, especialmente refugiadas sírias, são as com remuneração mais baixa. Na cidade de Gaziantep, perto da fronteira com a Síria, menores são contratados para carregar e cortar tecidos e até para servir chá. Muitas crianças trabalham em confecções que prestam serviços para grandes lojas.

Fonte: http://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2016/08/09/criancas-refugiadas-sirias-viram-vitimas-do-trabalho-infantil-na-turquia.htm

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