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Britânico que fez esposa viver como escrava é o primeiro a ser condenado por servidão doméstica


Londrino  Safraz Ahmed

Homem que tratou sua esposa como escrava foi preso após um julgamento pioneiro, no qual tornou-se o primeiro britânico condenado por forçar a esposa a viver em servidão doméstica.


De acordo com o Tribunal, Safraz Ahmed, 34 anos, submeteu Sumara Iram a uma existência de "violência, intimidação, agressão e miséria".



Promotores e policiais disseram esperar que o caso de Safraz Ahmed, um mecânico do sul de Londres que abusou, humilhou e insultou sua esposa ao longo de um período de dois anos, faça com que mais casos de vítimas em potencial venham à tona.


Ahmed submeteu Iram a "tortura física e mental" depois que ela veio do Paquistão para o Reino Unido, no final de 2012, para um casamento arranjado, no qual ela entrou de bom grado e com grandes esperanças. Conforme declarado ao juiz Christopher Hehir, o britânico bateu em sua esposa, jogou latas de comida de gato, enviou inúmeras mensagens de texto abusivas e humilhantes, e uma vez disse-lhe para saltar na frente de um veículo ou em um rio.


Em seu depoimento, a vítima disse: "Porque os espancamentos aconteciam regularmente e por pequenas coisas, eu me sentia inútil. Eu não tinha permissão para fazer o que eu queria, eu nunca tinha permissão para sair de casa sozinha e podia fazer amigos, o que significa que eu nunca tinha permissão para socializar. Sentia-me como sua prisioneira. Eu cozinhei, limpei, lavei, passei, cuidei de filhos de outras pessoas e quando as coisas não eram do agrado da família, fui punida com espancamento. Eu senti que não havia um único propósito da minha vida a não ser servir a esta família."


Ahmed admitiu ter feito a esposa viver em servidão doméstica, sendo condenado a dois anos de prisão, além de oito meses pela agressão que causou danos corporais a esposa. As sentenças serão executadas simultaneamente, o que significa que ele poderá se ver livre dentro de 12 meses, menos de metade do tempo que Iram viveu sob seu controle.


Iram chamou a atenção da polícia em fevereiro de 2014 depois que os vizinhos a viram fora da casa da família vestindo apenas um vestido e chinelos de dedo, momentos antes de seu marido arrastá-la, pelos cabelos, de volta para dentro. Oficiais perceberam que ela tinha um nariz quebrado e o olho roxo e prenderam Ahmed, que foi libertado no dia seguinte quando Iram assinou um documento pedindo para ele ser solto, afirmando não estar sob pressão.


Após a condenação, a polícia aceitou que poderia ter removido Iram naquele momento, poupando-lhe mais 18 meses com o marido. "Há sempre uma lição que a polícia pode aprender para melhorar suas práticas" disse Pal Singh, da Polícia Metropolitana. "O caso poderia ter sido melhor para a vítima se tivesse começado em fevereiro de 2014, quando chamou a atenção da polícia pela primeira vez".


Iram finalmente deixou a casa em agosto de 2015, depois de um incidente em que tentou se matar. Ela ligou para a polícia, que a convenceu a ir para um abrigo.


"Este é um caso inovador que demonstra o quão longe nós viemos na luta contra a escravidão moderna", disse Damaris Lakin, advogado do Crown Prosecution Service. "Acreditamos que esta é a primeira condenação na Inglaterra e no País de Gales de um marido que forçou sua esposa a viver em servidão". Lakin disse que os promotores estão "empenhados em trabalhar com outras agências parceiras da polícia para trazer os perpetradores de escravidão moderna à justiça e apoiar as vítimas para ajudá-las durante os processos e, mais além, na esperança de que elas possam reconstruir suas vidas".


Bernard Silverman estimou que, em 2013, havia entre 10.000 e 13.000 potenciais vítimas de escravidão moderna no Reino Unido. Isso inclui mulheres forçadas à prostituição, empregados domésticos e trabalhadores nos campos, fábricas e indústria da pesca. Não há estimativas específicas disponíveis de quantos cônjuges são submetidos a servidão doméstica.


Polly Harrar, fundadora do Projeto Sharan - que ajuda vítimas de casamentos forçados de comunidades do sul da Ásia, disse que a condenação sugere haver um grande número de vítimas que vivem de forma semelhante no Reino Unido. "Este caso vai abrir a porta para mais processos", disse ela. "Esta mulher foi limitada, não podia sair de casa. Ela foi trazida para cá para ser uma escrava. Esta é apenas a ponta de um iceberg. Temos lidado com muitos casos semelhantes. Este caso é realmente bom para aumentar a consciência do problema."


Fonte: http://www.theguardian.com/uk-news/2016/apr/01/man-made-wife-live-like-slave-domestic-servitude-faces-jail

Photograph: AFP/Getty Images

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